O Liceu Nacional de D. Duarte foi inaugurado no dia 17 de Abril de 1969, dia que será um marco na luta estudantil contra a ditadura e a guerra colonial. Uma bela data na história duma escola! Malhas que o destino tece...
Depois, em tempo de liberdade, o dia 17 de Abril foi consagrado o dia da Escola. Uma Escola que ao longo dos anos foi construindo uma identidade própria e uma cultura de escola singular.
Vibrou com a escola cultural, empenhou-se em causas esquecidas - Timor teve, aqui, ao longo dos anos um lugar, um "fórum" de afirmação contra o esquecimento -, empenhou-se em causas perdidas - defesa do arboreto da Quinta das Lágrimas e a da manutenção da Fábrica do Sabão que acabaram por não resistir à força de interesse superior: o dinheiro!...
D. Duarte continua, como figura tutelar a marcar as iniciativas da sua escola: a Trupe Leal Conselheiro corre mundo representando o teatro estudantil português; o jornal Duartedebem, com percurso irregular, deu à estampa textos de alunos e professores que plasmam a matriz cultural da Escola; D. Duarte, ele próprio, serviu de modelo à escultura vanguardista que o imortaliza no pátio dos alunos. Ele é Leal Conselheiro num espaço de convívio, a ponte entre o passado e o presente, entre a escola e a comunidade. E são os alunos que transportam a herança que faz da Escola Secundária de D. Duarte uma escola dinâmica, plural, colorida, pluricultural. Uma escola de tolerância onde se vai construindo, a par e passo, a cidadania, que aqui não é um mero conceito, mas uma vivência real e quotidiana.
Maria Glória Rodrigues